sexta-feira, 24 de abril de 2009

A minha sorte de hoje no orkut foi "Por que você não envia um recado hoje para alguém com quem não conversa há anos?"
E eu achei engraçado porque, sentada no ônibus vindo de São Paulo para São José dos Campos, eu me peguei pensando nisso. Por que eu não procuro? Não adiciono pessoas antigas no orkut? Não comento as fotos dizendo "que saudades dessa época!"? Não deixo scraps tentando puxar assunto...
Eu simplesmente não me importo. Simples assim...
Eu não me importo com antigos amigos de colégio ou colegial. Não me importo com pessoas que fizeram inglês comigo e eu encontro na rodoviária, não me importo em saber como está a menina que eu odiava na 6ª série e hoje em dia tem um filho.
O princípio simples é: se eu realmente me importo com você, gosto de você e quero manter contato eu vou em esforçar.
E se eu não me esforço? Provavelmente você é alguém de quem eu não gostava tanto assim ou nós mudamos de forma que você se tornou alguém com quem eu não quero mais conviver.
E agora minhas antigas amigas de colégio querem fazer um "dia anual de se encontrar", porque afinal todos nós lamentamos tanto não nos vermos mais.
Mas eu não lamento! E que coragem para dizer isso? Para dizer que as duas delas com quem eu realmente me importo eu procuro todo fim de semana. Quanto a elas, ou eu sou parcialmente indiferente, ou falam barbaridades tamanhas que eu não posso suportar.
Eu já não tenho nada em comum com elas, e muitas vezes elas me irritam ou mesmo me enojam. Pelas reacionáriazinhas egoistas e alienadas que viraram. (não que eu seja extremamente melhor, mas isso não as torna menos insuportável)
Eu não quero! Não quero ser arrastada para pessoas de quem me livrei com tanto custo!
Me deixem desprezá-los em paz.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Engraçado os dias em que se pode respirar... em que os "tenho que" não se despejam sobre sua cabeça e em que se pode ler um livro, ver um seriado bobo, ir ao teatro ver uma peça chilena. Amanhã não será assim.
Amanhã um dia cheio, amanhã o filme que não quero discutir e alemão e fazer mala...
Mas hoje há pausas, há tempo.
Hoje pensar em como cheguei onde cheguei. Hoje a vida parece monotona e eu simplesmente quero apertar um pause e sair dela. Hoje esse tempo pesado, arrastado. Esse ar que não se move e a vida nada emocionante que eu gostaria.
Hoje eu ignoro solenemente os sapatos de salto que eu ando deixando jogados por ai, ou as roupas sujas. Eu ignoro que gosto de quem sou e onde estou, gosto de andar onde ando, de ter o que tenho, de estar com quem estou.
Hoje eu me sinto de volta naquele vacuo onde eu estava em 2003, 2004... Porque 2005 foi apenas uma contagem regressiva.
Mas 2004 foi um buraco enorme, um vazio onde eu estava e podia apenas esperar. Um vazio em que eu não era quem eu queria ser, em que eu simplesmente estava adormecida.
Por que hoje parece assim? Quando não é?
O mais estranho é pensar que eu não reconheço quem fui há 5 anos atras. E talvez seja por isso que eu fale tanto sobre o passado aqui.

sábado, 4 de abril de 2009

Lembra quando eu tinha unhas pretas e cabelos rosa?
Quando todos nós acreditamos em coisas que não eram bem assim? Quando todos nós inventamos sentimentos que anos depois percebemos serem totalmente irreais?
As vezes, eu acho engraçado olhar para trás. Eu acho estranho como algumas pessoas de anos ruins permanecem como uma volta pra casa.
Como conversas de botas batidas.
Como aquela amiga de infância, a que eu ainda gosto, que eu quase nunca vejo e as vezes ainda vem aqui em casa apenas para conversar. Como aquelas pessoas que eu mal troco algumas palavras em um aniversário, mas lembram uma outra época.
Como me ligar, apenas porque as coisas parecem fora de lugar.
Como as 3 ou 4 pessoas para quem contar que tudo dá certo tem um prazer especial, porque eles estavam ali durante a queda. Durante os choros, os gritos aquele drama todo tão absurdo. Aquele medo de que não desse.
Deu. Para mim, ao menos. E eu não posso ignorar a dor ao ver o passado indo para um lado que não deveria ir. Mas eu prometi nunca julgar. Porque somos como a volta pra casa.
Mas eu também prometi nunca esquecer. Todos nós prometemos. E não esquecer é doer porque o meu futuro do pretérito se tornou o que deveria ser. Mas em algum momento você mudou de rota.

Mas eu espero ainda ser como um ponto para orientar o mundo que você conheceu. Ainda ser algo como uma melhor amiga.


"Remember me when you're the one who's silver screened
Remember me when you're the one you always dreamed
Remember me through flash photography and screens"

(Special Needs- Placebo)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ah, o cinema... Eu faço cinema. O que quer dizer que eu acordo alguns dias as 6:30 da manhã para sentar em uma sala e aprender sobre ele. Eu varo noites fazendo filmes, vendo filmes, escrevendo sobre filmes. Eu passei os dois meses do que seriam minhas férias debruçada sobre um filme.
Eu gosto de filmes, eu reconheço a importância, a relevância deles. Os vejo como arte, como algo importante e essencial. Mas bom. filmes não são vida.
Não no sentido, cinema não é realidade. No sentido cinema não é o ar que você respira e não é pra ser! Eu acho mesmo uma grande besteira gente comparando um filme a uma vida humana. Não, para mim um filme não vale uma pessoa e pode me chamar de moralista o quando quiser.
Eu vou abandonar o cinema, pelo menos o fazer filmes, assim que essa faculdade acabar, mas até lá eu tenho que aguentar. No entanto, muita coisa ainda é mais importante pra mim, mais importante na minha vida.
Deixando claro que eu sou uma pessoa "profissional", disciplinada. Minha mãe psicanalista chama isso de "superego interiorizado". Eu arco com o que me comprometo na medida em que posso. E em que vai de acordo com o que eu acho merecido e necessário.
E o que eu acho também é que muita dessa gente pra quem "cinema é a vida" não tem nada pra dizer. Aliás, eu não vejo ninguém que dá alguma bola para teoria (que é útil na medida em que te dá ferramentas para a interpretação do mundo) assim tão fissurado com fazer filmes. Nem ninguém que tenha ao menos uma opinião válida para expressar.
Eu cansei dessa mania, dessa fetichização louca do "fazer filmes.
E eu acho que se muita dessa gente tivesse alguma coisa melhor pra fazer (alguém, por exemplo) não ia achar fazer filmes uma coisa tão importante.