sábado, 27 de junho de 2009

nota para mim mesma

01:49
não tenho sono... acho ate que conseguiria dormir se deitasse, mas não quero.

Eu tenho idéia para uma peça. Um monólogo. Escrever antes que a idéia vá embora. E no computador, não na mão, ele vai fluir demais, na mão vou perder partes.

01:50. Cama, tcheu, fui.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ontem eu usei uma meia calça azul. Mas não azul marinho, ou azul claro, azul royal. Quer dizer, a embalagem diz que é azul nautico, mas o que importa é que era bem azul.
Na verdade, você deve estar pensando "não importa nada, o que essa menina está vindo aqui falar que usou uma meia calça azul?". Enfim, foi engraçado, porque era um dia feio, não tão feio como hoje, mas feio. Feio e cinza e as pessoas usavam suas roupas de inverno que quando muito são roxas. E eu me senti bem, me senti bem estando colorida e durante todo o dia me senti bem cada vez que olhava para minhas meias.
É engraçado como um dia que nem era pra ser bom, afinal eu tinha uma prova de alemão na qual já sabia que não ia bem e ainda mais 3 horas de francês depois, pode melhorar consideravelmente apenas por causa de um par de meias coloridas.
Mas eu fiquei me lembrando do desfile do Ronaldo Fraga que eu fui domingo, e das cores e da música e do olhar pra américa latina que ele quis dar. E lembrei daquele textinho no cardápio do exquisito! que eu já li várias vezes (sempre bebendo um cosmopolitan, esperando minhas companhias para churros com sorvete e assuntos pseudo-intelectuais), que diz que eles quiseram aceitar a herança latino-americana que a gente teima em negar. E pensei também no show do Manu Chao e quando estive no Peru...
Eu acho engraçado porque pensando bem eu nem sangue latino tenho, eu sou produto de russos e poloneses e fujo do sol que nem morcego. Mas eu tenho uma queda por pequenas coisas que eu vejo acontecer em todos esse lugares, cores fortes, feirinhas de quinquilharias, simpatias, estampas... Sei lá, como esse meu pequeno apanhado de referências, de Manu Chao a Ronaldo Fraga, Jorge Drexler e o exquisito!

sábado, 20 de junho de 2009

But I'm not there I'm gone...

É engraçado como um nunca quero estar aqui. Sendo aqui onde estou no momento. Bom, sei lá, em julho do ano passado eu quis estar em Londres, mas acho que só porque sabia que ia voltar em 10 dias.
Na verdade não... eu quero estar exatamente onde estou (bom, não nesse exato segundo, mas no momento da minha vida). Mas algo em mim que ser vento. Algo em mim quer sempre ser vento. Algo em mim quer fugir e ser livre.
Mas eu aprendi por ai que a gente não pode ser livre. Liberdade é não ter laços, para o Kieslowski e para o Camus. Eu quero ter laços.
Talvez porque eu quero ver o mundo. E ver o mundo pressupõe ser um pouco vento. Ter os pés no ar e asas nas costas.
É isso! eu tenho os pés no ar. Bom, talvez nem tanto os pés, mas a cabeça. Sim, é isso. Eu quero ser vento porque quero tudo. Eu quero o mundo, o meu, o dos outros. Quero todos os livros, todos os filmes. Eu nunca estou aqui. Eu sempre estou lá, lá no que poderia ser, no que vai ser, no que nunca existiu fora do mundo da ficção.
Alias, eu acho muito engraçado que na contra-capa de livros nacionais vem escrito: "As personagens e situações desta obra são reais apenas no universo da ficção, não se referem a pessoas e fatos concretos, e não emitem opinião sobre eles."
Pensei em por isso no cabeçalho do blog, porque afinal nada passa de ficção não é? uma vez que tudo são palavras orquestradas na minha cabeça. Mas talvez essas palavras emitam opinião sobre o mundo real, então deixei pra lá.
Enfim, voltando ao assunto. Talvez eu esteja apenas um pouco dentro de mim... ou fora de mim. O mais estranho é que a desintegração sempre pareceu meu desejo e meu temor. Ah, Freud... Eu sempre quis espalhar-me ser mil, ser pequenos pontos de luz, ser all made of stars. Mas ai a desintegração nunca aparece como a maravilha de estar em mil lugares ao mesmo tempo, mas como me perder. Me perder. E se eu não me achar?
Nesses dias eu cheguei a estranha conclusão de que em algum ponto eu podia ter perdido minha sanidade, e sabe-se-lá deus porque não perdi.







*Prenzlauerberg- Beirut*

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ontem eu escrevi um conto. Um conto que eu gostei bastante... depois de semanas e semanas do deserto de criatividade. Obrigado, Milton Hatoum pela mão que me tirou do impasse, pelo livro lindo, de pequenos contos, tão pequenos e tão fragmentários. Pequenos fragmentos... como o pequeno fragmento de pessoa que sou, ou como a pessoa composta de pequenos fragmentos que sou.
Pequenos contos amazônicos, parisienses, americanos. Mas na verdade, sempre amazonenses, amazônicos, que sei... Pequenos pedaços de si para espalhar pelo mundo.
Eu acho que há poucos prazeres tão doces quanto a descoberta de um bom escritor.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sabe o que? Aprender que você tem um vazio estrutural gerado pela queda dos grandes sistemas de significado do mundo fode a vida.







(por que eu não fiz engenharia?)

domingo, 7 de junho de 2009

Palavras são sempre um pouco mentiras, sempre um pouco verdade.
Eu espero ansiosa pela oficina literária... As vezes eu crio, destruo, abandono. Um blog, outro blog, um conto, um roteiro, um livro...
Há algo no escrever que eu aceitei há algum tempo. Há algo em muitas coisas...
Outubro podia chegar... O Amos Oz diz que deviamos sempre caminhar pelo deserto.