terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mudança

migrei para: http://artificialsweetenes.wordpress.com

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

sendo bem irrealista: eu adoraria estar agora usando um vestido de verão e sapatilhas em um dia bem quente no litoral da Itália.




só isso

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Random é uma coisa ótima. Do tipo, você senta, liga seu itunes e daqui a pouco está tocando Bulimia! E Bulimia, pra quem não sabe, é uma banda de punk rock muito tosco, que eu amava há uns 5, 6 anos atrás. Porque convenhamos "punk rock não é só pro seu namorado" é genial! hahaha
Mas enfim, sobre o random. Random é uma coisa legal pelas músicas esquecidas, porque Bulimia me deu vontade de ouvir Bikini Kill, que também andava deixado de lado.
E eu gosto tanto de de repente lembrar porque eu gostava tanto daquela música, e de perceber que eu ainda sei a letra e ter vontade de cantarolar por ai e não sei...
Músicas esquecidas, roupas que a gente usou muito e hoje em dia já não gosta, livros lidos há tanto tempo atrás que você quase já não lembra da história, filmes esdrúxulos da infância... eu gosto de reminiscências.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

"Don't speak
I know just what you're saying
So please stop explaining
Don't tell me cause it hurts
Don't speak
I know what you're thinking
I don't need your reasons
Don't tell me cause it hurts"



como disse a Amanda: Don't Speak, killing me since 1995

segunda-feira, 6 de julho de 2009

De volta, o que eu trouxe da flip?
Bom, uma Oficina Literária sem certificado, nenhum poema em nenhuma revista mas a sensação de que agora talvez eu saiba escrever poemas. Mas talvez isso seja o que menos importa.
Trouxe alguns autográfos, mas talvez isso também seja o menos importante.
Trouxe ter dito o que eu queria pro Milton Hatoum e ter ganho dele um olhar com algum carinho. E isso foi bem importante.
Trouxe lições preciosas sobre o escrever. Algumas das quais eu esqueci, mas que eu guardei, de uma forma ou de outra.
Mas no fim mesmo, o que eu trouxe foi um mala abarrotada de novos livros, boa parte deles escritos por gente que eu nunca tinha ouvido falar e pelos quais eu desenvolvi algum carinho.
Em ultima instância, companheiros de viagem.

sábado, 27 de junho de 2009

nota para mim mesma

01:49
não tenho sono... acho ate que conseguiria dormir se deitasse, mas não quero.

Eu tenho idéia para uma peça. Um monólogo. Escrever antes que a idéia vá embora. E no computador, não na mão, ele vai fluir demais, na mão vou perder partes.

01:50. Cama, tcheu, fui.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ontem eu usei uma meia calça azul. Mas não azul marinho, ou azul claro, azul royal. Quer dizer, a embalagem diz que é azul nautico, mas o que importa é que era bem azul.
Na verdade, você deve estar pensando "não importa nada, o que essa menina está vindo aqui falar que usou uma meia calça azul?". Enfim, foi engraçado, porque era um dia feio, não tão feio como hoje, mas feio. Feio e cinza e as pessoas usavam suas roupas de inverno que quando muito são roxas. E eu me senti bem, me senti bem estando colorida e durante todo o dia me senti bem cada vez que olhava para minhas meias.
É engraçado como um dia que nem era pra ser bom, afinal eu tinha uma prova de alemão na qual já sabia que não ia bem e ainda mais 3 horas de francês depois, pode melhorar consideravelmente apenas por causa de um par de meias coloridas.
Mas eu fiquei me lembrando do desfile do Ronaldo Fraga que eu fui domingo, e das cores e da música e do olhar pra américa latina que ele quis dar. E lembrei daquele textinho no cardápio do exquisito! que eu já li várias vezes (sempre bebendo um cosmopolitan, esperando minhas companhias para churros com sorvete e assuntos pseudo-intelectuais), que diz que eles quiseram aceitar a herança latino-americana que a gente teima em negar. E pensei também no show do Manu Chao e quando estive no Peru...
Eu acho engraçado porque pensando bem eu nem sangue latino tenho, eu sou produto de russos e poloneses e fujo do sol que nem morcego. Mas eu tenho uma queda por pequenas coisas que eu vejo acontecer em todos esse lugares, cores fortes, feirinhas de quinquilharias, simpatias, estampas... Sei lá, como esse meu pequeno apanhado de referências, de Manu Chao a Ronaldo Fraga, Jorge Drexler e o exquisito!

sábado, 20 de junho de 2009

But I'm not there I'm gone...

É engraçado como um nunca quero estar aqui. Sendo aqui onde estou no momento. Bom, sei lá, em julho do ano passado eu quis estar em Londres, mas acho que só porque sabia que ia voltar em 10 dias.
Na verdade não... eu quero estar exatamente onde estou (bom, não nesse exato segundo, mas no momento da minha vida). Mas algo em mim que ser vento. Algo em mim quer sempre ser vento. Algo em mim quer fugir e ser livre.
Mas eu aprendi por ai que a gente não pode ser livre. Liberdade é não ter laços, para o Kieslowski e para o Camus. Eu quero ter laços.
Talvez porque eu quero ver o mundo. E ver o mundo pressupõe ser um pouco vento. Ter os pés no ar e asas nas costas.
É isso! eu tenho os pés no ar. Bom, talvez nem tanto os pés, mas a cabeça. Sim, é isso. Eu quero ser vento porque quero tudo. Eu quero o mundo, o meu, o dos outros. Quero todos os livros, todos os filmes. Eu nunca estou aqui. Eu sempre estou lá, lá no que poderia ser, no que vai ser, no que nunca existiu fora do mundo da ficção.
Alias, eu acho muito engraçado que na contra-capa de livros nacionais vem escrito: "As personagens e situações desta obra são reais apenas no universo da ficção, não se referem a pessoas e fatos concretos, e não emitem opinião sobre eles."
Pensei em por isso no cabeçalho do blog, porque afinal nada passa de ficção não é? uma vez que tudo são palavras orquestradas na minha cabeça. Mas talvez essas palavras emitam opinião sobre o mundo real, então deixei pra lá.
Enfim, voltando ao assunto. Talvez eu esteja apenas um pouco dentro de mim... ou fora de mim. O mais estranho é que a desintegração sempre pareceu meu desejo e meu temor. Ah, Freud... Eu sempre quis espalhar-me ser mil, ser pequenos pontos de luz, ser all made of stars. Mas ai a desintegração nunca aparece como a maravilha de estar em mil lugares ao mesmo tempo, mas como me perder. Me perder. E se eu não me achar?
Nesses dias eu cheguei a estranha conclusão de que em algum ponto eu podia ter perdido minha sanidade, e sabe-se-lá deus porque não perdi.







*Prenzlauerberg- Beirut*

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ontem eu escrevi um conto. Um conto que eu gostei bastante... depois de semanas e semanas do deserto de criatividade. Obrigado, Milton Hatoum pela mão que me tirou do impasse, pelo livro lindo, de pequenos contos, tão pequenos e tão fragmentários. Pequenos fragmentos... como o pequeno fragmento de pessoa que sou, ou como a pessoa composta de pequenos fragmentos que sou.
Pequenos contos amazônicos, parisienses, americanos. Mas na verdade, sempre amazonenses, amazônicos, que sei... Pequenos pedaços de si para espalhar pelo mundo.
Eu acho que há poucos prazeres tão doces quanto a descoberta de um bom escritor.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sabe o que? Aprender que você tem um vazio estrutural gerado pela queda dos grandes sistemas de significado do mundo fode a vida.







(por que eu não fiz engenharia?)

domingo, 7 de junho de 2009

Palavras são sempre um pouco mentiras, sempre um pouco verdade.
Eu espero ansiosa pela oficina literária... As vezes eu crio, destruo, abandono. Um blog, outro blog, um conto, um roteiro, um livro...
Há algo no escrever que eu aceitei há algum tempo. Há algo em muitas coisas...
Outubro podia chegar... O Amos Oz diz que deviamos sempre caminhar pelo deserto.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"[...] É um hábito que eu tenho, para acabar com o spleen e regular a circulação. Sempre que começo a ficar austero; sempre que é um novembro úmido e chuvoso e minha alma; sempre que dou comigo a parar involuntariamente diante de empresas funerárias e a cerrar fila em cada enterro que encontro; e especialmente sempre que minha hipocondria adquire tal domínio sobre mim que é preciso um sólido princípio moral para impedir-me de sair deliberadamente para a rua e metodicamente surrar as pessoas- então acho que está na hora de ir para o mar o mais depressa possível."


("Moby Dick", de Hermann Melville)





Eu preciso ir para o mar.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A minha sorte de hoje no orkut foi "Por que você não envia um recado hoje para alguém com quem não conversa há anos?"
E eu achei engraçado porque, sentada no ônibus vindo de São Paulo para São José dos Campos, eu me peguei pensando nisso. Por que eu não procuro? Não adiciono pessoas antigas no orkut? Não comento as fotos dizendo "que saudades dessa época!"? Não deixo scraps tentando puxar assunto...
Eu simplesmente não me importo. Simples assim...
Eu não me importo com antigos amigos de colégio ou colegial. Não me importo com pessoas que fizeram inglês comigo e eu encontro na rodoviária, não me importo em saber como está a menina que eu odiava na 6ª série e hoje em dia tem um filho.
O princípio simples é: se eu realmente me importo com você, gosto de você e quero manter contato eu vou em esforçar.
E se eu não me esforço? Provavelmente você é alguém de quem eu não gostava tanto assim ou nós mudamos de forma que você se tornou alguém com quem eu não quero mais conviver.
E agora minhas antigas amigas de colégio querem fazer um "dia anual de se encontrar", porque afinal todos nós lamentamos tanto não nos vermos mais.
Mas eu não lamento! E que coragem para dizer isso? Para dizer que as duas delas com quem eu realmente me importo eu procuro todo fim de semana. Quanto a elas, ou eu sou parcialmente indiferente, ou falam barbaridades tamanhas que eu não posso suportar.
Eu já não tenho nada em comum com elas, e muitas vezes elas me irritam ou mesmo me enojam. Pelas reacionáriazinhas egoistas e alienadas que viraram. (não que eu seja extremamente melhor, mas isso não as torna menos insuportável)
Eu não quero! Não quero ser arrastada para pessoas de quem me livrei com tanto custo!
Me deixem desprezá-los em paz.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Engraçado os dias em que se pode respirar... em que os "tenho que" não se despejam sobre sua cabeça e em que se pode ler um livro, ver um seriado bobo, ir ao teatro ver uma peça chilena. Amanhã não será assim.
Amanhã um dia cheio, amanhã o filme que não quero discutir e alemão e fazer mala...
Mas hoje há pausas, há tempo.
Hoje pensar em como cheguei onde cheguei. Hoje a vida parece monotona e eu simplesmente quero apertar um pause e sair dela. Hoje esse tempo pesado, arrastado. Esse ar que não se move e a vida nada emocionante que eu gostaria.
Hoje eu ignoro solenemente os sapatos de salto que eu ando deixando jogados por ai, ou as roupas sujas. Eu ignoro que gosto de quem sou e onde estou, gosto de andar onde ando, de ter o que tenho, de estar com quem estou.
Hoje eu me sinto de volta naquele vacuo onde eu estava em 2003, 2004... Porque 2005 foi apenas uma contagem regressiva.
Mas 2004 foi um buraco enorme, um vazio onde eu estava e podia apenas esperar. Um vazio em que eu não era quem eu queria ser, em que eu simplesmente estava adormecida.
Por que hoje parece assim? Quando não é?
O mais estranho é pensar que eu não reconheço quem fui há 5 anos atras. E talvez seja por isso que eu fale tanto sobre o passado aqui.

sábado, 4 de abril de 2009

Lembra quando eu tinha unhas pretas e cabelos rosa?
Quando todos nós acreditamos em coisas que não eram bem assim? Quando todos nós inventamos sentimentos que anos depois percebemos serem totalmente irreais?
As vezes, eu acho engraçado olhar para trás. Eu acho estranho como algumas pessoas de anos ruins permanecem como uma volta pra casa.
Como conversas de botas batidas.
Como aquela amiga de infância, a que eu ainda gosto, que eu quase nunca vejo e as vezes ainda vem aqui em casa apenas para conversar. Como aquelas pessoas que eu mal troco algumas palavras em um aniversário, mas lembram uma outra época.
Como me ligar, apenas porque as coisas parecem fora de lugar.
Como as 3 ou 4 pessoas para quem contar que tudo dá certo tem um prazer especial, porque eles estavam ali durante a queda. Durante os choros, os gritos aquele drama todo tão absurdo. Aquele medo de que não desse.
Deu. Para mim, ao menos. E eu não posso ignorar a dor ao ver o passado indo para um lado que não deveria ir. Mas eu prometi nunca julgar. Porque somos como a volta pra casa.
Mas eu também prometi nunca esquecer. Todos nós prometemos. E não esquecer é doer porque o meu futuro do pretérito se tornou o que deveria ser. Mas em algum momento você mudou de rota.

Mas eu espero ainda ser como um ponto para orientar o mundo que você conheceu. Ainda ser algo como uma melhor amiga.


"Remember me when you're the one who's silver screened
Remember me when you're the one you always dreamed
Remember me through flash photography and screens"

(Special Needs- Placebo)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ah, o cinema... Eu faço cinema. O que quer dizer que eu acordo alguns dias as 6:30 da manhã para sentar em uma sala e aprender sobre ele. Eu varo noites fazendo filmes, vendo filmes, escrevendo sobre filmes. Eu passei os dois meses do que seriam minhas férias debruçada sobre um filme.
Eu gosto de filmes, eu reconheço a importância, a relevância deles. Os vejo como arte, como algo importante e essencial. Mas bom. filmes não são vida.
Não no sentido, cinema não é realidade. No sentido cinema não é o ar que você respira e não é pra ser! Eu acho mesmo uma grande besteira gente comparando um filme a uma vida humana. Não, para mim um filme não vale uma pessoa e pode me chamar de moralista o quando quiser.
Eu vou abandonar o cinema, pelo menos o fazer filmes, assim que essa faculdade acabar, mas até lá eu tenho que aguentar. No entanto, muita coisa ainda é mais importante pra mim, mais importante na minha vida.
Deixando claro que eu sou uma pessoa "profissional", disciplinada. Minha mãe psicanalista chama isso de "superego interiorizado". Eu arco com o que me comprometo na medida em que posso. E em que vai de acordo com o que eu acho merecido e necessário.
E o que eu acho também é que muita dessa gente pra quem "cinema é a vida" não tem nada pra dizer. Aliás, eu não vejo ninguém que dá alguma bola para teoria (que é útil na medida em que te dá ferramentas para a interpretação do mundo) assim tão fissurado com fazer filmes. Nem ninguém que tenha ao menos uma opinião válida para expressar.
Eu cansei dessa mania, dessa fetichização louca do "fazer filmes.
E eu acho que se muita dessa gente tivesse alguma coisa melhor pra fazer (alguém, por exemplo) não ia achar fazer filmes uma coisa tão importante.

terça-feira, 31 de março de 2009

Trabalha, trabalha, trabalha.
Falta uma aula de pilates... Eu cheguei em um nível de cansaço esse dias que pareço uma velha de 80 anos.
Então é isso "ser grande"?
Porque eu fiquei adulta. Assim, de repente. Eu sei onde quero ir, o que quero fazer e minha linda estrada de tijolos amarelos está aí, apenas esperando pelos meus pés.
É isso mesmo?
Sim, é isso mesmo. Nada da conhecida insegurança, Nada da dúvida. Eu sei. E agora?
Agora essa exaustão boa. Agora correr atras. Trabalha, trabalha, trabalha.
E esse um ano e meio de faculdade que parece que não vai passar nunca!
Por incrível que pareça eu quero sair do meu casulo, quero que acabe, quero sair pro mundo, quero apanhar da vida! Cansei daquelas colunas neo-clássicas, da calidez da praça do sol... eu quero o mundo, faculdade não é mundo. É uma coisa que te protege dele.
E eu cansei de ser protegida.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"Avec les temps tout s'en vas..."

Fevereiro de 2008. "Hell" foi o último romance que eu consegui ler aquele semestre (Balzac não conta, foi pro francês).
Eu li em uma semana, talvez menos, fascinada com tanto niilismo apesar da literatura pop.
Talvez não fosse fevereiro, mas março... ou quase março. Bom, era sábado a noite e eu estava em casa. Uma mensagem, duas mensagens, tres mensagens, você não respondia. Não queria me ver. Não queria. Foi março, um dia depois da festa.
Um dia depois de ter sido uma borboleta altamente alcoolizada caindo da escada. Uma noite depois de ter vomitado e deitado no chão frio e imundo do meu próprio banheiro.
Talvez algo não fosse bem, não me lembro mais... eu saia todo fim de semana, eu mal lembrava das minhas noites. Era menos auto-destrutivo de fato, eles estavam sempre lá, mas sobrios do que eu, tendo certeza de que eu chegava bem em casa.
Você não estava.
Jantei no japonês com a minha mãe. Terminei de ler Hell. Quis me convencer de que uma noite em casa e sozinha me faria bem. Mas eu queria você ou então queria não pensar. Queria sair, mais música, mais luzes, mais alcool. Cigarros talvez. Mas cigarros você reprovaria. E eu não queria na verdade, muito auto-piedade para o meu gosto.
Perto da meia noite eu deitei. E chorei me afogando nas minhas proprias lágrimas.

Mas no dia seguinte você voltou. E nesse atual mar de felicidade aquela noite parece irreal como a visão por trás de um copo de vodka.



E Hell, o filme, é bem mais ou menos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

12:30, disciplina, mimimi, blablabla
ornitorrinco! A única coisa que eu consigo imaginar é um bicho fofinho e gordo, desengonçado e com um bico de pato (quase eu, há!).
Então, sono, mas enfim, é sobre o processo de modernização do Brasil. Que é uma coisa meio frankenstein, ornitorrinco.
E esses dias random do ipod tem sido uma coisa tão engraçada... tocou "Sweet Nurse" do Katatonia. E eu adoro Katatonia, mas é uma coisa tão funda e escura e pesada, tão alguns anos atrás...
Tão minhas unhas pretas e meus cabelos rosa e um cigarro atrás do outro. E achar que eu ia ser salva. Pois bem, não fui.
Não que eu não tenha sido porque a vida seguiu seu rumo, ou porque apesar de todas as boas intenções eu era mesmo um caso perdido. Eu não era.
Mas acho que porque no fundo, e talvez inconscientemente, as intenções não eram boas. A mão que eu segurava para sair do buraco, apenas me impedia de subir sozinha. Eu não precisava dela. Mas ela estava lá, então... como soltar? como arriscar sozinha se aquela mão estava lá, sempre lá? e eu me agarrava a ela cada vez mais e mais por medo de que se a soltasse eu despencaria em um abismo ainda mais profundo e me machucaria tanto que não poderia subir.
Mas na verdade eu cairia suavemente como Alice dentro da toca do coelho. Eu flutuaria e me agarraria a objetos estranhos e inusitados. Mas não, eu apenas me agarrava a inutil ilusão de que não podia sozinha, de que desmoronaria sozinha.
E a verdade é que eu não desmoronei... nem por um segundo, nem um milímetro. Eu engoli em seco e procurei lágrimas que não vieram. Nunca.
Então eu vi a luz, que o dono da mão vinha tampando, me mantendo sempre agarrada a ele. E juntando aqueles objetos inusitados da toca do coelho eu fui subindo. E lembra aquela musica "sempre mais forte do que eu..." quanta surpresa descobrir que eu sempre fui na realidade a mais forte!
Sempre tão mais forte...
"There's no greatest power than the power of goodbye..." (citar Madonna é picaretagem, mas é o sono e o ornitorrinco)





"o my sweet nurse
pull the curtain aside for a while
so that I can for once have
the sun in my eye
you smile and say
it's a fine day

o my sweet nurse
pull the curtain aside for a while

then like a ghost at night
you come around all dressed in white
talking to me
and so I have to drink
the water with your poison spilled
for no more will"



I'm writing my sleep away

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Há algo na música... algo que me faz atravessar a cidade em um dia de chuva, prender o salto na grade do prédio e mesmo assim ter todo o bom humor que em dias sem chuvas e incidentes com salto eu não tenho.
Há algo que me faz sorrir e cantar junto por quase duas horas, que me faz admirar a pessoa no palco não por ser famosa, mas por ser capaz de me fazer sorrir daquela forma, daquela maneira.
Ou que me faz ter o caribe nas veias, eu que sou quase russa.
Eu lembro quando cantava. Eu gostava de saltos porque precisava de algo entre meus pés e o chão. Algo que me desse a ilusão de não tocá-lo. Algo que vinha dos meus dedos dos pés, que me fazia ter muito mais do que esses míseros 1,56 de altura.
Há algo que me toma os membros e faz eles se agitarem no ar sem sentido, sem a minha vontade. Há algo de tão catártico na música para mim que eu não posso deixar de persegui-la.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Eu cresci nessa geração meio sex and the city pós-feminista que diz que nós podemos ter tudo: marido, filhos, carreira e um closet repleto de sapatos.
E folheando uma Marie Claire (o porta voz ideológico desse tipo de mulher) eu me deparo com uma entrevista com uma mulher que diz que não, mulheres não podem ter tudo e deveriam se contentar em largar suas carreiras e terem casamentos infelizes pelo bem de seus filhos. Obviamente a reporter parecia bem cínica e a revista delicadamente a censurava dizendo que era vítima de um ranço "ultraconservador", o que eu sem dúvida concordo.
E essa mulher, obviamente, tem um filho homem. Eu me pergunto: ela abriria mão da carreira por uma filha que alguns anos mais tarde faria isso e por ai vai? Eu duvido muito. Ela larga tudo por um filho que vai ter carreira, uma mulher trofeu, coisas assim...
Não que carreira seja a única maneira de satisfação pessoal. Mas ai eu chego onde queria: escolhas. Talvez ter tudo queira dizer poder fazer as próprias escolhas, quaisquer que sejam. E eu acho engraçado como, tendo sido criada por uma dessas mulheres, eu aprendi que a vida nem sempre te permite ter tudo, mas você deve estar sempre em paz com as suas escolhas.
Talvez você não tenha uma carreira, ou filhos, ou um marido. Mas você escolheu isso.
E isso essa mulher não entendeu. Ela quer que as mulheres escolham necessariamente serem mães em tempos integrais, ignorando qualquer outra combinação possível.
Eu aprendi a lidar com mais machismo do que eu achei que entraria em contato na vida. Eu aprendi, na minha própria cama, o que de fato significa arcar com as suas escolhas. Com quem você acredita que é e quer ser. Ser quem se quer e ser fiel aos seus valores em muitos momentos me pareceu mais difícil do que eu jamais pensei que seria.
Mas as escolhas estão sendo feitas. E toda a força que me custou não me render tem sido brilhantemente recompensada, aquilo que me dizia que eu devia exigir ser amada como queria se provou certo. Porque eu não poderia ser amada de outra forma.
E talvez nós possamos mesmo ter tudo...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Otimismo demais me irrita. Não que pessimismo demais também não, mas eu consigo ser tão amarga que ser mais que eu é difícil.
Mas eu tenho melhorado.
Enfim... há algo que me irrita em achar que as coisas vão dar certo para pessoas boas e legais só porque elas são boas e legais. As coisas nem sempre dão certo nem mesmo para pessoas capazes.
Não que isso seja uma desculpa para sentar em um canto e pensar "ok, as coisas dão errado, não faz diferença se você é legal, bom, ou deu duro por aquilo". Mas eu já estive diversas vezes na situação em que as coisas deram errado, por mais duro que eu tenha trabalhado por elas.
Nem sei porque vir aqui falar sobre coisas que me irritam... para parecer divertidinho escrever sobre coisas cotidianas talvez. Não sei...
Sei que tem gente que me irrita. Assim, sem mais nem menos. Por causa de um sorriso daqueles irritantes, ou porque é amargo demais, ou otimista demais, ou esnobe demais (ou de menos), etc, etc, etc.
E eu sei que sou chata. Mas anda cada vez mais difícil conviver com as pessoas desse mundo.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Então esses dias eu fui ver "Alguém que me ame de verdade" ("Arraged"). Que é lindo e absolutamente sensível e foi, para mim, um incrível exercício de tolerância.
Não pela questão judeusXpalestinos, afinal eu tenho um pézinho no outro lado nessa questão. Mas porque eu sempre olhei muçulmanas e judias ortodoxas com uma visão de "coitadinhas". Como se elas estivessem completamente presas em culturas atrasadas, sem nem mesmo consciência de que há um outro mundo para se viver E quando há essa consciência, como abandonar sua família? seus laços? Eu não seria capaz.
Enfim, já faz alguns dias que eu penso: e até que ponto eu tenho uma escolha? Supondo que eu decidisse ficar em casa e cuidar dos filhos, abrindo mão de qualquer carreira. Bom, ok, não eu porque nesse caso em internariam com surto esquizofrenico. Mas alguém do mesmo meio, mesmo background cultural, coisas assim... Até que ponto a pressão social não impede mulheres que desejariam isso?
Pensando bem, ok, por que eu condeno tão fortemente elas terem que cobrir o corpo? (ok, fora o calor no verão... mas eu quero dizer ideologicamente) Por que eu acredito que elas são simplesmente prisioneiras e não pode haver felicidade na vida que levam?
Não que o filme não seja romântico e otimista. Mas a minha questão é. Talvez essas mulheres tenham escolhas dentro da tradição e talvez elas não se sintam infelizes dentro dela.
Sei que é simplista também da minha parte. Mas o que me tocou foi: por que eu condeno de antemão o que não sei?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ano passado eu fiz 20 anos.
No dia em que fiz 20 anos fez sol, um céu azul sem nuvens e um calor agradável de quase-primavera. Eu usei um vestido leve, curto e decotado e meu cabelo estava particularmente bom. E lembro que, enquanto saia de casa para fazer as unhas eu pensei em quão doce era ter 20 anos em um dia como aquele.
Nos últimos dias foi como se as palavras tivessem secado de mim. Eu pensava e pensava e não conseguia encontrar nada sobre o que escrever. Nada queria sair, nada queria vazar.
Ainda assim, eu estava tão longe da minha já conhecida apatia. Tão distante daquela luz cinza, que eu conheço melhor do que gostaria de confessar. E tão longe da exaustão completa de tudo que me ganha as vezes.
Eu estava como aquele dia, do meu aniversário. Como ter 20 anos sob o sol de um dia quente no fim do inverno. Como estar em paz... talvez.
Só talvez...