domingo, 11 de janeiro de 2009

Então esses dias eu fui ver "Alguém que me ame de verdade" ("Arraged"). Que é lindo e absolutamente sensível e foi, para mim, um incrível exercício de tolerância.
Não pela questão judeusXpalestinos, afinal eu tenho um pézinho no outro lado nessa questão. Mas porque eu sempre olhei muçulmanas e judias ortodoxas com uma visão de "coitadinhas". Como se elas estivessem completamente presas em culturas atrasadas, sem nem mesmo consciência de que há um outro mundo para se viver E quando há essa consciência, como abandonar sua família? seus laços? Eu não seria capaz.
Enfim, já faz alguns dias que eu penso: e até que ponto eu tenho uma escolha? Supondo que eu decidisse ficar em casa e cuidar dos filhos, abrindo mão de qualquer carreira. Bom, ok, não eu porque nesse caso em internariam com surto esquizofrenico. Mas alguém do mesmo meio, mesmo background cultural, coisas assim... Até que ponto a pressão social não impede mulheres que desejariam isso?
Pensando bem, ok, por que eu condeno tão fortemente elas terem que cobrir o corpo? (ok, fora o calor no verão... mas eu quero dizer ideologicamente) Por que eu acredito que elas são simplesmente prisioneiras e não pode haver felicidade na vida que levam?
Não que o filme não seja romântico e otimista. Mas a minha questão é. Talvez essas mulheres tenham escolhas dentro da tradição e talvez elas não se sintam infelizes dentro dela.
Sei que é simplista também da minha parte. Mas o que me tocou foi: por que eu condeno de antemão o que não sei?

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